A pandemia de covid-19 que enfrentamos de maneira cruel deixou muitas marcas em todos nós. Para além do medo da doença em si e de contraí-la, ainda tivemos que lidar com o medo pela vida do outro, do luto, com a perda socioeconômica, entre outros.
Infelizmente, parece que toda essa preocupação está longe de acabar, pois pesquisas indicam que pacientes que se recuperaram do COVID-19, seja ele leve, moderado ou grave, têm apresentado déficits cognitivos e transtornos psiquiátricos insistentes.
Segundo um estudo feito na USP, “Mais da metade (51,1%) dos participantes relatou ter percebido declínio da memória após a infecção e outros 13,6% desenvolveram transtorno de estresse pós-traumático. O transtorno de ansiedade generalizada foi diagnosticado em 15,5% dos voluntários, sendo que em 8,14% deles o problema surgiu após a doença. Já o diagnóstico de depressão foi estabelecido para 8% dos pacientes – em 2,5% deles somente após a internação. ”
Além dos sintomas neuropsicológicos, portadores da síndrome pós-covid ou covid longa, como vem sendo chamados os sintomas do efeito prolongado da doença, também tem apresentado sintomas físicos como cansaço extremo, dores de cabeça, falta de ar, palpitações no coração e dores nas articulações.
Os sintomas parecem ter ligação com os danos que esses pacientes sofrem em fibras nervosas envolvidas no funcionamento de órgãos e vasos sanguíneos, além de processos inflamatórios associados a alterações imunológicas, danos vasculares e até mesmo a presença do vírus no cérebro.
Como a covid longa pode se manifestar de maneiras diferentes em cada paciente e ainda não há tratamentos medicamentosos comprovados, os médicos devem analisar e adaptar as recomendações para cada paciente, tendo foco no controle dos sintomas e inserção de exercícios de forma gradual.
Para sintomas neuropsicológicos, a terapia é altamente indicada e necessária, e a medicação como complemento também pode ser de grande ajuda.
Abraços
Equipe NIDH