Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza nacionalmente o “Setembro Amarelo”, sendo hoje, dia 10 de setembro, oficialmente, o ”Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio”. Esta campanha é de fundamental importância por destinar um mês todo a um problema que não pode ser deixado de lado em nenhum dos doze meses do ano.
O mês de setembro foi escolhido para a campanha porque, desde 2003, o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do suicídio. A idéia é promover eventos que abram espaço para debates sobre suicídio e divulgar o tema alertando a população sobre a importância de sua discussão.
No Brasil, o suicídio é considerado um problema de saúde pública e sua ocorrência tem aumentado muito entre jovens. De acordo com números oficiais, 32 brasileiros se matam por dia em média, sendo essa uma taxa maior do que a de vítimas de AIDS e da maioria dos tipos de câncer. De acordo com um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2014, o Brasil está em oitavo dentre os países com maior número de suicídios.
No mundo, o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos e a sétima causa de morte de crianças entre 10 e 14 anos de idade. A OMS também afirma que o suicídio tem prevenção em 90% dos casos.
A cor amarela foi escolhida nesta campanha porque em 1994, um jovem americano de apenas 17 anos, chamado Mike Emme, tirou a própria vida dirigindo seu carro amarelo. Seus amigos e familiares distribuíram no funeral cartões com fitas amarelas e mensagens de apoio para pessoas que estivessem enfrentando o mesmo desespero de Mike, e a mensagem foi se espelhando mundo afora.
Muitos acreditam que abordar suicídio na imprensa pode de alguma forma, aumentar a incidências de casos no local. Todavia, é preciso falar corretamente sobre o assunto, de modo a evitar que informações inadequadas cheguem à população e aumentem o estigma relacionado aos transtornos mentais.
Vale complementar que a cada 40 segundos uma pessoa se suicida e a cada 3 segundos alguma pessoa atenta contra a própria vida! Neste momento de pandemia e de distanciamento social, alguns estudos têm apontado para o aumento destes números, exigindo ainda mais atenção. Qualquer pessoa pode cometer suicídio, porém alguns fatores aumentam
esses riscos. São eles:
– Abuso sexual na infância;
– Alta recente de internação psiquiátrica;
– Doenças incapacitantes;
– Impulsividade/Agressividade;
– Isolamento Social;
– Histórico de suicídio na família;
– Tentativa anterior de suicídio;
– Doenças Mentais;
Considerando a diversidade de fatores de risco, as estratégias mais eficientes são a identificação precoce de comportamentos, acompanhamento de pessoas em situação de risco e a criação de programas para ajudar as pessoas a lidar com os problemas que surgem ao longo da vida.
Ao perceber qualquer indicativo em você ou algum amigo, procure ajuda!
Entre os fatores de proteção que podem ajudar na redução das tentativas, temos:
– Aumento do contato com familiares e amigos;
– Buscar e seguir tratamento adequado;
– Iniciar atividades prazerosas ou que tenham significado
(hobbies, trabalho voluntário., etc.) ;
– Reduzir ou evitar o uso de álcool e outras drogas;
Fique atento às frases de alerta. Por trás delas estão os sentimentos de pessoas que podem estar pensando em suicídio.
4 sentimentos principais:
Depressão / Desesperança / Desamparo / Desespero
Nestes casos, frases de alerta + 4D, é preciso tomar muito cuidado!
Ass.: Maíra Amaral Andrade
Psicóloga – CRP 05/32352
Diretora e Responsável técnica do NIDH
Colaboradora na Comissão especial de Psicologia Organizacional e do Trabalho no CRP/RJ