Desde que a OMS decretou a pandemia do coronavírus em 11/03/2020 passamos a conviver com sentimentos de medo e dúvida. O próprio distanciamento social determinado durante a quarentena aumenta os níveis de angústia.

     O atual cenário de pandemia do novo coronavírus tem gerado muita preocupação em todos. E cada um reage a esta preocupação de forma diferente. A incerteza e o medo geram ansiedade e junto com ela é possível observar diversos sinais que impactam diretamente no processo de aprendizagem dos alunos e em todo seu contexto familiar.

     A partir disso é necessário estar bem mentalmente para ter o foco necessário para estudar, trabalhar e/ou desenvolver todas as atividades da rotina. É muito importante amenizar a ansiedade nesse período para continuar a rotina como um todo.

     A ansiedade é um mecanismo de defesa natural do ser humano quando se sente em perigo ou com medo. Ela nos prepara para lidar com as situações, porém, se não cuidar dessa ansiedade, ela pode se ampliar onde os pensamentos a cerca das incertezas se multiplicam. É quando a ansiedade se torna negativa para saúde. Neste momento é possível perceber irritabilidade, problemas ao dormir e dificuldades para se alimentar.      Portanto, ter e/ou manter uma rotina estruturada viável neste momento, é fundamental para o bom funcionamento do corpo e da mente. Com a ruptura da rotina anterior, não se sabe mais se é dia, noite, hora de sair ou chegar. Manter uma rotina de acordar, tomar café, estudar e/ou trabalhar é muito importante para evitar a ansiedade. A atividade física, a alimentação equilibrada e o sono regulado também são agentes fundamentais para o controle da ansiedade.  

Ansiedade em crianças: Os termos isolamento social, pandemia, coronavírus tem gerado curiosidade e questionamentos das crianças. Portanto, é preciso falar sobre o assunto, de forma clara, dentro da linguagem de entendimento da criança, mediante sua faixa etária de idade, estruturando o roteiro da fala de forma que a criança entenda, além de falar sobre esperança em dias melhores, orientação de prevenção e avaliar se acriança entendeu. Com o período de quarentena, as aulas passaram a ser on line, desta forma, muitas famílias se vêem hoje administrando a aprendizagem dos pequenos em casa. Portanto, é muito importante incentivar a aprendizagem por meio de brincadeiras, estimular a imaginação, estimular a criatividade, porém, sempre mantendo uma rotina com horários de estudos, brincadeiras, etc. Neste período é possível as crianças apresentarem alguns sinais de ansiedade:

  • irritabilidade
  • alteração no sono
  • agressividade
  • alteração no apetite
  • compulsão
  • medo excessivo
  • mutismo seletivo (se recusar falar em determinados momentos).

Ansiedade em adolescentes: Nos adolescentes já é comum a ansiedade relacionada à competência, ameaças abstratas e às situações sociais. Porém, com o isolamento social tudo isso fica potencializado. Portanto, é necessário observar o surgimentos dos sinais de ansiedade mediante:

  • alterações no sono
  • alterações no apetite
  • impulsos autodestrutivos (autolesão)
  • depressão
  • compulsão
  • irritabilidade
  • agressividade
  • isolamento

       Perder a liberdade para o adolescente é muito difícil. Portanto, é necessário que a família esteja atenta a estes sinais e se aproxime mais do adolescente a partir de atividades juntos como jogos, assistir lives, filmes ou séries, estimular a participação do adolescente nas atividades da casa, além de manter rotina de estudos e responsabilidades diariamente.

Neste período de quarentena é importante manter uma certa normalidade dentro dessa rotina anormal. Continue fazendo suas refeições, lendo e/ou assistindo o jornal que gosta, conversando com pessoas queridas, se exercitando em casa, etc. O importante é admitir que estamos num momento difícil e que a rotina precisa ser alterada de alguma forma. Mas isso não significa ficar em pânico. Talvez seja o momento de aproveitar para refletir sobre prioridades e quem sabe pensar em novas oportunidades?


Maíra Amaral de Andrade
Psicóloga (CRP 05/32352), Orientadora Vocacional com foco em Avaliação Psicológica. Atualmente é Diretora e Responsável Técnica do Núcleo Integrado de Desenvolvimento Humano (NIDH) e Colaboradora na Comissão Especial de Psicologia Organizacional e do Trabalho no CRP-RJ.
Coautora no livro Coaching Familiar com o tema Vocação e profissão e Coatora no livro Suicídio – A vida não pode parar com o tema Aspectos Psicológicos no Suicídio.